segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mortes no Trânsito

Eu ia atualizar este espaço com algum texto sobre o tempo. Não vou mais. Pelo menos, não por agora.

Vou falar sobre um evento que ocorreu há uma semana.

Eu vinha de Uruguaiana, de deixar minha esposa e filha na casa dos meus sogros. Quando me aproximava de Rio Grande, mais ou menos a uns dois quilômetros do pedágio entre Pelotas e meu destino, uma pessoa quase me matou.

Isto mesmo. Quase fui assassinado por um irresponsável, por um monstro desumano e repulsivo que, em nome de trinta segundos do seu tempo, ia forçar uma ultrapassagem numa ponte.

No instante em que entrei na ponte e vi aquele idiota sair de trás de um caminhão, o único pensamento que me veio à mente foi: "Vou morrer sem ver minha filha crescer!" Só isso me veio à mente. Foi tudo numa fração de segundos e, se não fosse pelos dois caminhoneiros (que vinham um na frente, um atrás do lixo humano em questão) terem feito manobras quase impossíveis para evitar a tragédia, eu certamente teria entrado para as estatísticas das mortes no trânsito.

Ultimamente, estas mortes têm ocorrido com bastante frequência e é comum as pessoas colocarem a culpa no poder público, que não oferece rodovias duplicadas, em condições para que o tráfego ocorra de forma segura e constante. Tudo bem. Faz sentido. É ponto pacífico e todos concordamos com isso.

Agora, o que eu quero abordar aqui é a falta de respeito pela vida. Mesmo que as estradas estejam totalmente fora de condições, razão a mais para dirigirmos com responsabilidade. Nada (mas nada mesmo!) justifica um cidadão abrir para ultrapassar num local visivelmente proibido, visivelmente perigoso, numa situação em que não só ele morreria, mas também mataria um pai de família - sem contar os muitos outros que se envolveriam e estariam também em risco.



Outro caso recentemente ocorrido, o do falecimento da jovem Pâmela Gaspar, me deixa indignado, completamente consternado e com uma tremenda sensação de impotência diante da estupidez humana. Como pode o estado permitir que uma pessoa notoriamente desqualificada para a profissão faça transporte de pessoas, ainda mais num veículo perigoso como uma motocicleta? Como pode o poder público municipal ainda não ter se pronunciado fortemente sobre o assunto? Como podem os vereadores ficarem calados diante de tamanha tragédia?

Vidas são destruídas, famílias inteiras nunca mais serão as mesmas por causa da estupidez humana e por causa da ausência do estado e isto não tem volta.

Me resta agora esperar que na viagem que vou fazer esta quinta-feira eu não fique mais uma vez à mercê de outro assasino, de outro potencial destruidor de famílias.

Conto com a proteção de Deus mas, neste caso em específico, esperava não precisar apelar para o socorro divino. Esperava poder contar com a inteligência humana, este artigo cada vez mais raro, em se tratando de respeito à vida.

Obtido do:
www.danosse.com

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